Morte de abelhas, aftosa e defesa agropecuária em debate no Dia do Fiscal Estadual Agropecuário

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A necessidade do cadastro dos produtores de mel e o monitoramento constante das colmeias foram alguns dos pontos debatidos em palestra apresentada pelo professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Aroni Sattler, no Dia do Fiscal Estadual Agropecuário. Coordenador do Laboratório de Apicultura da UFRGS, Sattler falou sobre o aumento da mortalidade de abelhas e os impactos na agricultura e na biodiversidade. O evento, promovido pela Associação dos Fiscais Agropecuários do RS (Afagro), ocorreu nesta terça-feira (25/6), no auditório do Sintergs, em Porto Alegre. Cerca de 70 pessoas, na maioria servidores, participaram da atividade.

“Está faltando o monitoramento dos apiários. Acompanhar todo o ano para tirar conclusões sobre a mortandade”, apontou. Sattler relata que o sumiço de abelhas já foi desvendado em partes e que, embora seja multifatorial, a principal causa é o uso indiscriminado de agrotóxicos. A aplicação de fungicidas, por exemplo, não permite que a abelha fermente o pólen. O resultado deste processo é um pólen que não é nutritivo e gera a desnutrição das colmeias, facilitando a manifestação de doenças, como os fungos. O especialista também falou sobre o impacto do glifosato e o 2,4-D, que afetam o sistema de orientação das abelhas.

Presidente da Federação Nacional dos Servidores da Defesa Agropecuária – Unafa Federação, Antonio Dimas de Oliveira falou sobre o cenário no país. Um dos dados apresentados é que seis estados brasileiros têm menos de 100 servidores, incluindo os de ensino superior, técnico e médio. “O Brasil não está fazendo defesa agropecuária, está apagando fogo. Desmantelar o Estado tem sido uma política de governo”, apontou, convidando os colegas presentes a repensar o que é defesa agropecuária.

Na abertura do evento, o presidente da Afagro, Antonio Augusto Medeiros, também falou sobre o cenário da fiscalização agropecuária no Rio Grande do Sul, onde muitos talentos estão deixando a função devido à falta de valorização da atividade. “O momento da virada começa aqui, com o engajamento, para que a gente possa demonstrar cada vez mais que temos valor”, disse o dirigente, lembrando que os fiscais estaduais agropecuários têm papel extremamente importante para a qualidade dos alimentos e também para a economia do Estado. “É um dia festivo, mas também de alerta”, enfatizou.

A terceira e última palestra técnica foi do professor da UFRGS, Luis Gustavo Corbellini, que apresentou resultado de pesquisa sobre avaliação de medidas de intervenção de febre aftosa em região livre da doença, projeto de pós-doutorado desenvolvido no Uruguai. Para avaliar quais são mais efetivas, foram ranqueadas 26 medidas. Entre os principais grupos de medidas apresentados, está a indenização, a comunicação e a educação, e a atividade de análise de dados e suporte de decisão.

Foto: André Corrêa

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