A Associação dos Fiscais Estaduais Agropecuários do Rio Grande do Sul (Afagro) manifesta repúdio ao vídeo divulgado na sexta-feira (9/8) pela rádio Planalto, de Passo Fundo. A emissora produziu filmagem em estabelecimento que foi interditado pelo Serviço de Inspeção Municipal (SIM).
Após solicitação do Ministério Público, a fiscalização agropecuária estadual, em conjunto com a Brigada Militar, verificou que o frigorífico continuava em funcionamento, mesmo interditado, por isso apreendeu e inutilizou 1.300 quilos de carne imprópria para o consumo proveniente de abate clandestino. A ação no local ocorreu na quinta-feira (8/8).
É lamentável que um veículo de comunicação preste tamanho desserviço, divulgando informações distorcidas que não correspondem à realidade e retratam somente a versão de um dos lados, no caso o frigorífico, sem procurar esclarecer o ocorrido junto ao Serviço Oficial Municipal e Estadual.
Em nome dos servidores que trabalham com fiscalização agropecuária, a Afagro esclarece:
– Os fiscais estaduais agropecuários são responsáveis pela inspeção e fiscalização de todos os produtos de origem animal e vegetal, nas lavouras, nas estradas, nas fronteiras e nas indústrias;
– Por meio de um trabalho isento de interesses, os fiscais estaduais agropecuários têm a responsabilidade de garantir que os alimentos cheguem à mesa dos consumidores com qualidade e sanidade;
– Vale ressaltar que os estabelecimentos registrados no serviço estadual são interditados ou suspensos apenas quando há riscos ao consumidor, sendo que correções são solicitadas previamente, antes de qualquer interdição, o que em geral ocorre também nos serviços municipais, como o de Passo Fundo;
– A atividade de fiscalização, solicitada pelo MP, ocorreu porque o estabelecimento descumpriu a interdição do SIM e estava funcionando, de forma irregular, abatendo, portanto, animais, sem qualquer acompanhamento de médico veterinário e de controle sanitário. É importante frisar que há diversas doenças que são transmitidas dos animais para homem, como tuberculose, brucelose, cisticercose, entre outras, que são identificadas pela fiscalização, durante o abate, o que não estava acontecendo nesta agroindústria;
– Diferentemente das informações veiculadas pela Rádio Planalto, a fiscalização agropecuária realiza um trabalho para toda a sociedade, com o objetivo de resguardar a saúde da população. A fiscalização agropecuária cumpre a legislação por meio da inspeção e ações de fiscalização;
– Todos os alimentos de origem animal apreendidos são inutilizados por serem impróprios para consumo, já que a procedência é desconhecida, como nos casos de abate clandestino.