No dia em que o governador Eduardo Leite decretou situação de calamidade pública, a Secretaria da Agricultura chamou as associações que representam os seus servidores para informar que não irá suspender a campanha da vacinação contra a febre aftosa no Estado e que manterá o atendimento a produtores nas inspetorias de defesa agropecuária. Na avaliação da Associação dos Fiscais Agropecuários do RS (Afagro), a medida contraria todas as recomendações para evitar a disseminação do coronavírus e inclusive incentiva a circulação e aglomeração de pessoas, indo na contramão do que prevê o decreto 55128, publicado nesta quinta-feira (19/3). O encontro encontro também ocorreu em resposta ao ofício enviado nesta quarta-feira (18/3) denunciando a concentração de pessoas em função do período da campanha.
Segundo o presidente da Afagro, Pablo Fagundes Ataide, que participou da reunião com o secretário da Agricultura Covatti Filho, a orientação do titular da pasta é que os servidores façam regime de revezamento e tomem os devidos cuidados com higiene. Contudo, no interior há inspetorias com somente um ou dois servidores. Por este motivo, tal medida não é eficiente pois os produtores que se dirigem às inspetorias para comprovar a vacinação do rebanho ficarão ainda mais tempo aguardando atendimento. “É um contrassenso manter uma campanha de vacinação que promove a aglomeração de produtores nas agropecuárias, nas inspetorias e nos sindicatos rurais. Neste momento, é contribuir para agravar a situação de calamidade”, descreve Ataide. “É lamentável perceber a falta de preocupação com a saúde pública”, acrescenta a vice-presidente da Afagro, Beatriz Scalzili.
Os servidores Danilo Cavalcanti, presidente da Assagra, e Sônia Mara Lamb, representante da Agefa, também participaram da reunião com o secretário realizada na tarde desta quinta-feira, na sede da secretaria. O encontro ainda contou com a presença do diretor do Departamento de Defesa Agropecuária, Antônio Carlos de Quadros Ferreira Neto.
Foto: Bruna Karpinski