Concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), o Brasil recebeu, na última quinta-feira (24/05), certificado de país livre da febre aftosa.
No RS, mesmo diante de precárias condições de trabalho e com salários em atraso, os Fiscais Estaduais Agropecuários se mobilizaram para viabilizar a vacinação e garantir a sanidade do rebanho gaúcho. Também participaram desse trabalho Técnicos Agrícolas e Auxiliares de Campo. Foram mais de 20 mil propriedades fiscalizadas.
O certificado atesta que a febre aftosa está controlada em todo o território brasileiro por meio da aplicação de vacinas. No RS, cerca de 13,5 milhões de animais foram vacinados, entre bovinos e bubalinos. Em maio de 2017, a cobertura com a vacinação contra febre aftosa foi de 98,93% e, em novembro, de 97,48%.
Restrições ao frango brasileiro
Ao mesmo tempo que o Brasil recebe o certificado de país livre da febre aftosa, o controle brasileiro sobre a produção de proteína animal têm sido duramente questionado pela Europa. Na semana passada, a União Europeia bloqueou a compra de frango de 20 frigoríficos locais por suspeita de uso de laudos sanitários falsos. Também informou que vai descredenciar as plantas exportadoras de peixe. Nesse caso, porque as embarcações não atendem padrões exigidos pelo bloco.
Para a Afagro, a proibição de importação de carne de frango do Brasil por parte da União Europeia é resultado da falta de fiscalização sobre frigoríficos. Para a entidade, a fiscalização agropecuária é uma função de Estado e deve ser incrementada justamente para evitar essas perdas de divisas para o produto brasileiro. No entanto, o que se vê são governos trabalhando no sentido de precarizar o trabalho dos fiscais agropecuários, tanto em âmbito estadual como federal. Para a entidade, nesse ritmo, o problema da exportação de proteína animal brasileira só tende a aumentar.