A febre aftosa possivelmente é a doença de maior impacto econômico sobre a produção animal, pois acarreta em perdas diretas e indiretas, como custos com controle e vigilância e restrições comerciais. Além disso, a enfermidade é responsável pelo início e desenvolvimento das atividades de defesa sanitária animal, em especial nos países sul-americanos.
O Rio Grande do Sul foi um dos Estados pioneiros no combate à febre aftosa no Brasil, com início das atividades em 1964, por meio de campanhas de vacinação em massa. Desde a década de 1990, os focos da doença foram diminuindo em todo o país. Nos anos 2000 e 2001, houve sua reintrodução no Estado, com detecção e ação imediata do Serviço de Defesa Sanitária Animal.
A evolução do status do Rio Grande do Sul para livre de febre aftosa sem vacinação é imprescindível para que possamos alcançar mercados, como Japão e União Europeia, que remuneram mais os alimentos de origem animal.
Passados quase 20 anos, o Rio Grande Do Sul vem se preparando por meio do trabalho de servidores públicos, entre eles os fiscais estaduais agropecuários, que diariamente desenvolvem atividades na proteção da saúde no campo e no desenvolvimento econômico regional.
A evolução do status do Rio Grande do Sul para livre de febre aftosa sem vacinação é imprescindível para que possamos alcançar mercados, como Japão e União Europeia, que remuneram mais os alimentos de origem animal. Este avanço é determinante para o comércio internacional de suínos, bovinos e ovinos, e de seus produtos.
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Como exemplo, podemos citar a suinocultura, presente em mais de 300 municípios gaúchos, que poderá alcançar mercados como o japonês que paga até duas vezes mais por tonelada. Hoje, o Japão importa mais de 800 mil toneladas para países como Estados Unidos, Canadá e Dinamarca, sendo um grande potencial para o Rio Grande do Sul com a evolução do status sanitário para febre aftosa.
O setor produtivo gaúcho e os fiscais agropecuários vivem momento de grande oportunidade e expectativa com a evolução sanitária para febre aftosa. No entanto, devemos ter em mente a necessidade de fortalecimento do serviço veterinário oficial e dos sistemas de vigilância para a doença, com investimentos em pessoal, em estrutura de trabalho e no reconhecimento da importância da certificação sanitária oriunda do trabalho dos fiscais.
A evolução sanitária irá coroar o esforço de mais de 50 anos de profissionais que dedicam suas vidas na proteção da saúde no campo e do desenvolvimento da pecuária gaúcha.
Antonio Augusto Medeiros é presidente da
Associação dos Fiscais Agropecuários do Rio Grande do Sul (Afagro)
Foto: Carla Lehugeur
Artigo publicado no caderno Campo & Lavoura, do jornal Zero Hora
edição de fim de semana (dias 6 e 7 de abril de 2019) e no site GaúchaZH.
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